A arte de escapar dá maior satisfação do que a busca da felicidade. Esta é costume
desejá-la grande, como sonham os poetas e os amantes, mas é a miudinha a que
com mais frequência se repete.
Sei do que falo, o gráfico da minha vida apresenta cumes e fundos muito semelhantes aos extremos da febre de quem sofre de sezões. Com eles descobri que um pico de felicidade, por intenso que seja, não faz contrapeso ao conforto e à segurança dos momentos de bem-estar, os quais dependem de pequenas coisas, muitas vezes até da rotina.
Prego no deserto. Também eu corri atrás da felicidade, e muitas vezes me esfalfei.