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Mitologia? Fábulas? Invenções? Fiquem a
saber que acredito em bruxas, videntes, profetas, cartomantes, nos poderes de
Iemanjá, na Santa Adelaide de Arcozelo, na Santa do Tropeço, no
"doutor" António, no
Boi-Homem, e mais.
Dizem que Baco era um deus da mitologia
grega? Tretas. Baco era de carne e osso, gostava de vinho, de mulheres,
tinha faro de colonizador, tanto que, garante-o o muito nosso e douto Frei
Amador Arrais, por volta de mil e novecentos AC mandou o seu filho Lysias
fundar Portalegre. Quem duvidar entre na igreja da terra e lá lhe mostrarão os
restos mortais desse filho de um "deus mitológico". Mitológico, uma fava.
Também acredito em relíquias, e quando pela
primeira vez li o romance do senhor Eça de Queiroz, desgostou-me vê-lo troçar
de tão séria e generalizada crença, certificada, ademais, pela Santa Madre
Igreja e outras religiões.
Recentemente, porém, certo de que se
aproxima o dia em que terei de prestar contas ao Todo-Poderoso, essa minha
necessidade de acreditar levou sério abalo.
Pregos da Cruz, cueiros do Menino,
palhinhas do Presépio, pontas da Coroa de Espinhos, a essas já me tinha habituado, dando desconto ao
exagero de uma ou outra. Contudo, leio agora que na Inglaterra, em meados do
século XVI, no convento de Maiden Bradley, condado de Wiltshhire, os monges
possuíam: "Retalhos da veste do Senhor e restos da carne servida na Última
Ceia". ("The monks have part of God's coat, and
some broken meats from the Last Supper").
Acho
demais.