Fora os transtornos da saúde e do dinheiro, no tempo em que vivemos parecem poucas as razões de queixa: da publicidade às religiões, do cinema, teatro, revistas, romances, cartazes, montras do comércio, há engrenagens colossais a funcionar com o único intento de que nos sintamos num estado de permanente feel good.
Porém, dado o azedume de tantas caras, a
melancolia das atitudes, impõe-se a conclusão de que é tempo, dinheiro e
esforço perdido, a energia desse arsenal de inteligência seria melhor aplicada
a resolver necessidades mais urgentes do que a pataratice de um estado de
constante bem-estar.
Não será para todos, mas a seu tempo, um ou
outro inesperado pontapé, um falhanço, uma desilusão, um sonho perdido, nada
mais eficiente para espevitar as forças que trazemos adormecidas.
Do que acima fica se poderá concluir que
dormi sossegado, tenho a reforma garantida, a perspectiva de um bom almoço, e
não vivo em Chipre.