A semana passada houve aqui alguma agitação, pois pela segunda vez foi "disparado" da Rússia para a International Space Station o astronauta André Kuypers, que por lá vai ficar um longo meio ano.
Tivemos então uma sobredose de imagens de foguetões, cápsulas, ausência da gravidade e, o que sempre me aflige, a vista do nosso planeta a boiar na escuridão, minúsculo e solitário. Aflige-me e desgosta.
Quero de volta o mundo em que fui criado. Dispenso informações, deixem de repisar que giramos a 1.675 km/h (será?). Quero a Terra em que havia longes, monstros marinhos, índios selvagens, reis e rainhas de verdade, fadas, bruxas, a Branca de Neve e os anões em quem eu mandava. Estou farto da ideia que me dá a televisão, de que me encontro nas alturas e, como se espreitasse de uma janela, distingo lá longe a pequenina, azulada, frágil bola onde nos apinhamos.
Quero de volta o mundo em que fui criado. Dispenso informações, deixem de repisar que giramos a 1.675 km/h (será?). Quero a Terra em que havia longes, monstros marinhos, índios selvagens, reis e rainhas de verdade, fadas, bruxas, a Branca de Neve e os anões em quem eu mandava. Estou farto da ideia que me dá a televisão, de que me encontro nas alturas e, como se espreitasse de uma janela, distingo lá longe a pequenina, azulada, frágil bola onde nos apinhamos.
Distingo, mas custa a acreditar. Por isso me agradam aqueles sábios árabes que um dia apresentarão provas irrefutáveis de que a Terra é plana e imensa. Então, sim, então ficarei sossegado, e direi com eles que o que nos mostram são americanices que nos mantêm submissos e assustados.