terça-feira, outubro 19

Palavras de conforto


Palavras de conforto. Como escrevê-las aprendi eu, mas isso é o que menos conta, pois bem ou mal escritas, simples ou elevadas, nada lhes garante o resultado. Quando sei um amigo em dor ou desespero, logo elas me ocorrem, e raro me pergunto se serão bem-vindas ou recebidas como um incómodo, uma ingerência.
Ultimamente, porém, tem-me acontecido querer demonstrar solidariedade e sentir que o meu intento é tomado por descabido, ou que esbarro como que contra um muro de indiferença. Fora de dúvida todos temos direito a guardar para nós próprios o que nos cabe de sofrimento e solidão, mas é desavisado preferir o escuro da cela ao raio de luz que alguém nos quer trazer.