Visto ao pôr-do-sol ou numa noite de luar, compreende-se a razão do grande número de lendas a que o castelo de Almourol deu origem: princesas mouras encantadas, tesouros, sereias, damas medievais correndo a procurar a protecção do gigante Almourol que aí vivia, o duelo entre o Cavaleiro Palmeirim e o Cavaleiro Triste, e outras.
Grande parte dessas lendas provém de Palmeirim de Inglaterra, romance de cavalaria publicado em 1544 por Francisco de Morais (c.1500-1572). Iniciado em Espanha em 1511 com a publicação anónima do Palmeirim de Oliva, o ciclo dos romances de cavalaria dos Palmeirins viria a ser continuado em Portugal. O último volume, Príncipe D. Clarisol de Bretanha, foi escrito por Baltasar Gonçalves Lobato e publicado em 1602.
Nessa obra o protagonista não se contenta em lutar contra monstros e gigantes, pois além de vencer todos os guerreiros famosos da Antiguidade, acaba por derrotar as Fúrias e o próprio Marte.