Por hábito velho como de tudo, embora com pouca afinidade
para verduras, isso talvez pela minha natureza de carnívoro e tradição caseira.
Habituado desde que me nasceram os dentes a apreciar o
que como, cedo aprendi que para lá da cozinha doméstica havia os restaurantes,
verdadeira escola onde se desenvolvia e afinava o paladar, e ao mesmo tempo se
sentia admiração e respeito pelos que entendem com talento a arte de cozinhar.
Não vem ao caso e seria impossível saber quantos até hoje
frequentei, mas decerto posso garantir que nunca entrei nesses da nouvelle
cuisine, onde o que parece comida é só design, e o mesmo vale para os
de cuisine moleculaire, que nem quero saber onde são. Ultimamente
incomodam-me em particular os que misturam a comida com as suas preocupações
ambientais, e ontem, ao ler sobre o restaurante Nolla no Observador, só me contive porque havia
crianças à minha volta, mas ao sujeitinho que lá na Finlândia pôs o compostor na
sala de refeições, sugiro que dê mais um passo em frente e lhe ponha a
retrete ao lado.
