De
algum tempo para cá noto que me irrito com menos frequência, que me esforço por
ser paciente, mais cordial, por reagir dum modo simpático à banalidade das
conversas, de concordar que realmente está calor, mas é o tempo dele, não é? E
que bem se precisa uma chuvinha.
Esta
mudança de comportamento, com toda a aparência que tem de ser positiva, não
augura nada de bom, é uma espécie de freio que me ponho,
porque nem a mim nem a ninguém virá proveito se um destes dias dou de esporas e
largo as rédeas ao que ferve cá por dentro.
Daí
que rádio não oiço, televisão deixei de ver, a olhadela aos jornais é breve,
por receio de dar com mais um bonzinho a querer salvar gente, mais um político
a jurar a sua honradez, uma tia a falar de inclusão, saladas e diversidade.