Vou ao hospital visitá-lo. De momento o seu estado é estacionário e os médicos não conseguem prever que desenvolvimento a doença irá tomar. Atrapalho-me nas palavras para dizer que lhe acho bom aspecto, mas de facto o seu rosto tem já a pele exangue e as faces mirradas que prenunciam o fim próximo.
Ele sorri da minha confusão e diz:
- A falar verdade a morte não me mete medo. Mas também não tenho pressa. Sinto-me um bocado como o ciclista que, quase ao terminar a étapa, deixa a bicicleta e continua a pé, desinteressado de chegar à meta.