quinta-feira, agosto 21

Confissões

Embora já me tenha ocorrido consultar ambos, ainda nunca me confessei a um padre, nem consultei um psicanalista.
Não por descrença nos seus poderes, mas por deformação profissional minha: tenho a certeza de que chegado o momento de confessar os meus pecados, ou abrir os esconsos da minha alma, eu involuntaria­mente assumiria o papel de um personagem de romance, mais interessado no espectacular da ficção, do que na banalidade do real.