De uma entrevista com o sociólogo Carl Rhode (1953),
publicada no semanário neerlandês Elsevier no passado dia 12, traduzo o
final:
"Num mundo em que se torna vaga a fronteira entre o
verdadeiro e o falso, o real e o virtual, sentimos cada vez mais a precisão de 'a little bit of human touch'.
Mais do que nunca iremos ansiar por um muito pessoal e
sincero apreço, reconhecimento, atenções, serviço, tudo, enfim, o que reconhece
e acentua o nosso valor como indivíduo e como ser humano.
Essa necessidade é intensificada pelo facto de que, neste
momento, vivemos numa cultura mundial de desconfiança e desespero, causada pela
profunda crise económica. Não acreditamos na integridade nem nas boas intenções
dos políticos, dos banqueiros, dos administradores, dos empresários. Temos nojo
de toda essa gente que, sem escrúpulos, destrói a nossa
prosperidade e o nosso bem estar. Sentimo-nos inseguros, remetidos a nós
próprios.
O que nos leva a ansiar por atenções e sinais que, sinceramente
genuínos, nos falem à alma e ao coração.
- É isso válido
para todos? – É um sentimento generalizado. Nas longas pesquisas que temos
feito sobre o ADN social das diversas gerações, constatamos que essa necessidade
de 'human touch' se repete com
notável frequência, revelando um importante 'soft
spot'. Esse anseio de um trato humano que se constata em todos as camadas da sociedade, é
algo que seriamente deve ser levado em conta."