Deve ser do carácter que fui formando e dalguns desencontros genéticos que herdei, mas ameaças e ultimatos não é comigo, tão pouco o prometer e não cumprir. Em situações dessas vem à tona em mim um sujeito com quem até eu próprio tenho dificuldade em lidar. É que aos olhos desse não há força física que o assuste, autoridade que se lhe imponha, voz que o chame à razão ou benefício que o acomode.
Ameaçou em coisa pequena ou grande? Recebe paga a dobrar. Prometeu a sério e não cumpriu, arranja desculpas tolas? A tesoura não perdoa nem atenta na grossura dos laços.
Um modo assim, sei-o há muito, não é confortável para mim próprio nem facilita o convívio, mas só seria funesto se o meu dia-a-dia fosse do comércio ou da política.
A que propósito vem esta introspecção matinal? Tinham dado as sete quando subi ao monte a cortar estevas para pôr nuns vasos – com o calor cheiram que é uma delícia - e assim sem mais nem menos comecei a pensar em gente e momentos que gostaria de esquecer.