Sobre a família já alguém disse que é prisão perpétua, não se lhe escapa. Mas é pena que não haja manual que ensine a boa maneira de fugir a uma paixão que nos afoga, uma amizade que cansa, uma companhia que aborrece, uma admiração que incomoda.
Fazemos boa cara, sorrimos, vamos aguentando, e ao mesmo tempo a úlcera pica o estômago, o fígado excede-se na bílis, os cantos da boca descaem em permanência, ganha-se aquele ar azedo dos casais que chegados à meia idade se descobrem mal emparelhados.
Ah! Se a vida fosse um filme! Terminada a sessão íamos tomar café e, avesso ou favorável, tudo recomeçava. Infelizmente, no ecrã da vida THE END é mesmo o fim.