Três da madrugada. Uma vista de olhos ao Sitemeter mostra que no mesmo momento este blogue é “folheado” por gente em lugares tão diversos como Caxias do Sul, Nova Hamburgo, Rio de Janeiro, Londres, Lisboa, Coimbra, Carnaxide...
Jovens? Idosos? Homens ou mulheres? Talvez um dia o Sitemeter junte a possibilidade de vídeo aos números e aos locais.
Distraído nesses pensamentos ia abrir a caixa há dezenas de anos esquecida e que horas antes tinha descoberto nos arrumos.
“Notas – Contos 1946-1960.” Que terá? Vamos ver. Mas nesse momento, escapando-me das mãos, espalhou-se a papelada.
Embezerrado, peguei numa folha e noutra. Frases soltas.
“Ameaça ouvida: Se voltas a fazer isso ponho-te a cara como chapéu de pobre!””.
Uma citação de António Botto em “Ele que diga seu eu minto”, pág. 214: "Escritor! Mais uma bela qualidade! Para morrer de fome num país em que a literatura tem menos cotação que os palitos."
Esta escrevi-a em 2 Junho de 48, e bem gostaria de saber porque me ocorreu: “Era homem de carácter, mas tinha só um fato – olhe que isso conta!”