sexta-feira, janeiro 31

"O mundo na encruzilhada"

 

       https://sol.sapo.pt/2025/01/30/o-mundo-na-encruzilhada/

O ciclista

 

Personenvervoer Zijn Aangepaste Die Fiets Met Een Geladen Aanhangwagen  Wordt Gepast Redactionele Fotografie - Image of lading, vervoer: 57473957

"O ciclista é o único animal que puxa a carga sentado."

quarta-feira, janeiro 29

Pobre Eça

 "Eça Queiros está convidando você para uma reunião Zoom agendada. Ingressar na reunião Zoom"

"O muro da vergonha"


“Nos últimos 45 anos a população dos EUA subiu de 200 para 360 milhões, um aumento de 80%, e a economia americana conseguiu gerar novos empregos para este extraordinário aumento populacional, o qual foi sobretudo devido aos imigrantes. 

O Muro da Vergonha é a prova de que o capitalismo é o único sistema económico capaz de tirar em massa o homem da miséria, e não aquela lenga-lenga económica que vem da Igreja Católica e que é conhecida pelo nome de Economia de Francisco (cf. aqui e segs.).

Como explicar, então, que a Igreja Católica que tem um amor preferencial pelos pobres, seja tão adversa ao capitalismo e, pelo contrário, defenda regimes económicos socialistas, como a Economia de Francisco, que só contribuem para manter os pobres na pobreza e, às vezes, para os tornar ainda mais pobres? 

A razão é que a cultura católica é uma cultura aristocrática que, para se manter aristocrática, necessitará sempre de uma grande massa da população que ela veja como inferior.

A cultura protestante (calvinista) que fundou os EUA e o capitalismo é uma cultura de religiosidade popular, ao passo que a cultura católica é uma cultura de religiosidade aristocrática. Quem define a relação do homem com Deus no protestantismo é o próprio crente, ao passo que no catolicismo é uma elite da Igreja, para quem o crente é um mero leigo (uma outra versão da pobreza - a do pobre de espírito)

A cultura católica é uma cultura monárquica, aristocrática, hierarquizada, que gosta de títulos, anéis, vestes, cerimónias. A cultura protestante, pelo contrário, é uma cultura democrática, popular, igualitária, que despreza tudo isso. No dia em que a Igreja acabasse com os pobres e tornasse os homens todos iguais, era a própria aristocracia católica que desaparecia. Não existe sociedade aristocrática onde todos sejam iguais. Uma aristocracia necessitará sempre de uma população que lhe seja inferior.

As soluções económicas da Igreja para os pobres - como a Economia de Francisco - visam manter os pobres pobres porque no dia em que os pobres se tornarem ricos acaba a função da aristocracia católica, que é a de olhar de cima para os pobres e cuidar deles, quase sempre com o dinheiro dos outros.

A Igreja Católica nunca acabará com a pobreza. A Igreja Católica vive disso.” AQUI

domingo, janeiro 26

Na Travessa do Fala-Só

 

Ao que motiva estas crónicas poderá cada um dar a interpretação que julgue plausível, mas é escassa a probabilidade de que as tomem pelo que elas de facto são: a conversa de um fala-só  que, de certa maneira, descarga assim uns quantos pesos de horas infelizes, preocupações e sustos inerentes às suas vivências, e ele supõe sejam também algumas as de grande parte dos seus semelhantes.

 Além de inevitáveis, muitos desses contratempos abundam no mais comezinho dia-a-dia. Outros, porém, dão a impressão de que se especializam para, individualmente, nos escolherem como alvo favorito, atingindo-nos em hora marcada, e com a precisão de um atirador de elite, cuidadoso em que o ferimento não tenha como resultado o destino final, mas provoque um mais que aborrecido incómodo. Ainda por cima que seja duradouro na repetição, e possua qualidades que levem a pensar nas comichões da sarna.

Longe de mim o propósito de desvendar quais, ou de que género são os transtornos que mais me afligem, e isso não só por uma questão de recato, mas também prudência, não vá correr o risco de ser tomado por um quexinhas ou, do mesmo modo desagradável, me venham aconselhar que esfregue as mãos de contente, pois são de sobra os que têm de aguentar mais e pior.De facto assim é, e de certeza alguns haverá

 que de boa vontade trocariam de pele comigo, mas a questão que se põe não reside na espécie ou no 

volume do contratempo, sim na capacidade individual do que antigamente se denominava estoicismo, mas em português da última moda se chama resiliência.