segunda-feira, fevereiro 20

Bom mestre

 

Com os bons mestres se aprende. Tenho tido muitos e Raymond Chandler (1888-1959) conta entre os melhores. Diálogo, carpintaria do enredo, fluência da narrativa, tudo nele é de fazer inveja. Aflige-se a gente ao lê-lo, e ao medir pela sua a prosa que tanto esforço custa, por mais que se remende nunca sai a preceito.

Há na língua holandesa um provérbio que, livremente traduzido, diz que quem nasceu para tostão nunca chegará a conto de réis. De facto assim é. A sageza não está em, com fracas forças e pouca bagagem, querer subir aos píncaros, mas fazer o que se pode e, sem desânimo, receber as lições de quem é capaz de perfeição.