quinta-feira, junho 9

Visão do mundo


Razão válida não descortino, mas ando de sombras e azedu­me­­, resmungando, como Cristo, que este mundo não é o meu. É de Lady Gaga, dos reumáticos Stones, do falecido Jackson (Michael para os íntimos), da plastificada, caiada, rebocada Madona, dos muitos que os imitam e valem o mesmo.

É do My Space, este mundo de que se diz que seriam precisos 240 anos para ouvir os milhões de músicas lá armazenadas. É dos iPhones, tablets e mais aparelhagem de comunicação instantânea para as solidões e amizades do Facebook, dos chilreios no Twitter, dos terabytes de imbecilidade armazenados no Cloud.

É o mundo dos romances que leio sem compreender, dos filmes que o mostram a findar em catástrofe, salvo in extremis por super-heróis.  É da Star Wars, do Avatar e outras poderosas criações que me fazem rir.

Bem sei que o vejo assim porque muito desconheço, fora que a idade, a disposição, o interesse e o carácter, me prendem a coisas menos complexas, onde reina o silêncio e é escassa agitação.

Todavia, alguma vantagem há em que, não participando, tudo me seja espectáculo, mas uma coisa é comprar entrada para querer assistir, outra é ser obrigado a ficar no teatro.