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A adolescência passou rápida, juventude creio que não tive, mas uma certeza vem-me de longe, a de que nasci idoso.
Digo isto porque é forte o contraste entre a minha precoce velhice e a benesse que tantos receberam e, mesmo no Outono da vida, lhes permite continuarem jovens.
Conheço alguns, mas são modorrentos, pois se mantêm dentro dos limites e respeitam as conveniências. Agradam-me mais certas senhoritas e muchachos da blogosfera, e de vez em quando, se se amontoam as nuvens do aborrecimento, faço-lhes uma visita, descubro nelas e neles como foi escasso o que tive, muito o que me faltou, mais ainda o que perdi.
Amordaçam-nos os medos, claro, a vergonha, as convenções, Deus nos livre de sairmos à rua com os nossos vícios e desejos, mas quanto sonho imberbe há por ali, quanto frenesim, quanta impotência também. Namorados e namoradas, amantes, onanismo, s-m e orgias, tercetos, quartetos, não se me esbugalham os olhos porque tenho lido o preciso, há mais de setenta anos que vou ao cinema e vejo televisão desde os começos, mas que abano a cabeça abano.
Aliviado do aborrecimento e satisfeita a curiosidade, põe-se-me a pergunta para a qual ainda não encontrei resposta: será melhor não ter tido ou ter perdido?