Aprendeu muito, mas aprendeu mal, de forma que o que sabe, armazenado à trouxe-mouxe, o foi empurrando para a categoria do personagem a quem, no café e festas de aniversário se fazem perguntas esdrúxulas, só pelo gosto de ouvi-lo responder sem hesitação.
O que é um balaclava? Quem foi Xerxes? O que significa
apodítico? Para que serve um escarificador? Como se chama o décimo terceiro mês
do calendário arménio? O piranha é um caracídeo? Quem foi Rasputine?
Mas quase de um dia para o outro as pessoas como que deixaram
de se interessar pelo seu saber, e se
esporadicamente alguém lhe faz uma pergunta, ele próprio nota que não é por interesse,
antes ironia ou maldade.
Encolhe os ombros, fatalista:
- Foi o Google. Vão lá e sabem tudo. Julgam que
sabem.