Somos cartaz, bilhete de identidade
ampliado, montra que os outros olham com poderes de Raios-X. Privacidade? Dos
pés à cabeça o mais de nós é público, transparente. Porque fingindo passar despercebidos queremos marcar presença.
Trejeitos, o gesto simples de pegar num embrulho, tudo são sinais, fraco morse, livro aberto quando nos olham.
Por isso nos refugiamos em disfarces, contrariamos
o que é natural. Aparentamos, e a ninguém iludimos - nem a nós próprios.