Audis, Touaregs, Cayennes, Mercedes, nunca antes vi tantos juntos, nem semelhante êxodo.
Natal consoado, Ano-Novo findo, é o fim-de-semana em que a boa gente deixa a Pátria e se vai a labutar. Deus os abençoe e, a seu tempo, ensine o comedimento que permite a imunidade às crises.
Tudo isso, porém, é acessório. O que me ocupa neste fim do dia, a repousar num quarto do Novotel, em Poitiers, de um estirão de oitocentos quilómetros, é que a maioria daqueles impressionantes carrões levava decalcada nos vidros traseiros, em desmesurado tamanho, ora uma Cruz de Cristo e esfera armilar, ora o nome de Portugal em letras artisticamente estiladas.
Gostei, francamente gostei. Enterneci-me. Dei comigo a sorrir. Por isso compreendo mal como é que, repensando, me dá agora para a melancolia