Imagino-o por vezes, mas nunca o farei. Não te vou dizer palavras de carinho e conforto, dar esperança, iludir-te com fantasias de beleza, adormecer-te com a promessa de ilhas encantadas, juventude eterna. Quero-te bem demais para te enganar ou possuir. E porque assim é não te mostrarei caminhos, nem livrarei de perigos e sorvedouros. Se errares, ou caíres, serei o primeiro ao teu lado, mas não ouvirás culpas nem censuras.
Há quem jure que o amor é prisão, deliciosa prisão, fantasiam-no com grades, desejam-se carcereiros. Esses desconhecem o puro afecto, de nada adianta dizer-lhes que o amor é liberdade sem peias nem travões, comunhão milagrosa dos que por inteiro se querem dar.