(Em Abril - clique para aumentar)
Quem vai acreditar que tenho dias, muitos, em que me limito a passear o Rufo, fazer a minha parte dos trabalhos domésticos e, numa fixação de bovídeo, ficar depois oito, dez, sei lá quantas horas a olhar o ecrã vazio, perguntando-me que mistério faz com que por vezes uma palavra dispare a história, e noutras o cérebro pareça mergulhado em espesso nevoeiro.
De quando em quando haverá nisso uma dose de preguiça, mas nada explica como é possível que uma cabeça, que em geral funciona a contento, conheça tão longas horas de vacuidade.
Falei disso a um colega e ele seriamente explicou que, em vez de me afligir devo estar atento, pois é nessa "fímbria do inconsciente" – palavras suas – que a inspiração se revela.
Gente feliz acredita em inspirações, revelações, milagres, horas de sorte. Gente menos feliz pergunta-se que motivo fará empancar a maquinaria cerebral, e no meio tempo passeia o cão.(Em Agosto - clique para aumentar)