Tem mau hálito, o tique desagradável de prender o interlocutor pelo braço, um fascínio pelo que, metaforicamente, chama "as garotas ".
A conversa pode começar pelo preço dos livros, o tempo na Serra da Estrela, o cultivo das orquídeas, feito o intróito ferra o braço e sussurra:
- E então?
O advérbio só na aparência é interrogativo, antecede um "Como vamos de garotas?", acompanha uma gargalhada púbere.
Desculpa-se-lhe. É homem sem vivências nem sonhos, avô que não conheceu amores ou paixão e um dia, em choque, descobriu que a vida lhe escapara, tudo em redor era miragem, ele um morto-vivo.
"Como vamos de garotas?" parece chalaça, raros se darão conta de que é um grito de medo e um pedido de ajuda.