quinta-feira, março 18

Notas de viagem (2)




(Clique para aumentar)


Deixa-se a monotonia de Mons/Bergen e prepara-se a gente para quase quatrocentos quilómetros de pouca variedade. Bomba de gasolina aqui, portagem ali, área de repouso mais adiante. Muito bocejo. Lêem-se os painéis, deixam-se passar os aflitos. Ah! Um TIR de Penacova! Descidas, subidas, aldeias caducas, urbanizações de uma uniformidade de aviário. Lá longe, à esquerda, os "vasos" de uma central nuclear.

O painel do aeroporto dispara a recordação de um voo Amsterdam-Paris em 1957. Espectacular. Num Caravelle, então milagre da aeronáutica, o primeiro avião com os motores na retaguarda. Lá dentro estreito como um charuto. Mas que surpresa! "Aquilo" roncou, embalou-se na pista, subiu a pino como um foguete e nem tempo houve para muito susto, que já o "coiso" descia e aterrava em Le Bourget.

Se não conhece passe um dia por lá. Por incrível que pareça era o aeroporto internacional de Paris e Orly estaria ainda muitos anos no desenho. Num Charles de Gaulle ainda ninguém sonhava, para aquele lado eram tudo batatais e campos de beterraba a perder de vista.