Amém
“Um
exemplo de um destes travões por parte do poder religioso, que nos toca de
perto, é o facto de os países da Europa onde a Reforma protestante vingou, se
terem desenvolvido muito mais do que os que ficaram amarrados ao catolicismo.
Este
propósito de desvio do acto de pensar, ainda que disfarçado, afecta uma parte
considerável dos nossos concidadãos, mantendo-os incultos, destituídos de
pensamento autónomo, alienados pelo futebol e pelos programas televisivos de
entretenimento que nos impõem e nos entram pela casa dentro a toda a hora.
Concidadãos que ou não votam nos actos eleitorais próprios da democracia que
lhes foi oferecida, ou votam, religiosamente, sem procurar conhecer as teses ou
os programas que lhes são apresentados.
Em
Portugal, é com mágoa que constato que, nas últimas décadas, a orientação
seguida pelos políticos que elegemos para nos governarem, tem sido colocar o
sucesso escolar obrigatório à frente do gosto pelo conhecimento indispensável à
verdadeira condição de cidadania. Um propósito que satisfaz, plenamente, não só
as estatísticas, como também, e muito, a nunca declarada, mas existente
preocupação do poder político em o manter distraído.” Aqui