segunda-feira, março 21

Imagem e osrtracismo

De guerras não sei, certezas tenho cada hora menos, e emperro tanto na ficção que continuo a repescar textos antigos, não vá acontacer que os fiéis leitores que passam por aqui - alguns há dez anos - vão pensar mal de mim. Grato a todos.

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Claro que quem a tem e preza cuida da imagem, não mistura alhos com bugalhos, maçãs com peras, Byron e brincadeiras.

Mas a posse e mantença da imagem é coisa para poucos. Trabalhosa, pede cuidado permanente, citações em Latim, referências a poetas antigos, seriedade no rosto, mostragem de saber, fundura do pensamento, o modo vago e o olhar distraído de quem, estando ainda neste mundo, se sabe acima dele.
Mal vai ao que, desdenhando do esforço e desinteressado da aparência, se esquece de arranjar pose: olham-no de viés e caem-lhe em cima, pois se não mostra é porque não tem.
Pudessem eles e tivessem-nas à mão, faziam como os gregos antigos: apedrejavam-no com ostras.