quarta-feira, maio 13

Saga de um romance


Quando em 1971 foi editado em Portugal o meu segundo romance O Rebate, os críticos literários, que tinham incensado Montedor, deitaram-se a morder em mim com um entusiasmo que levava a pensar que, fossem eles cães de fila nem os ossos deixariam. Publicado em tradução neerlandesa em 1990 os críticos do meu país de adopção viram nele uma obra-prima, compensando largamente com esse e outros cumprimentos o veneno da minha gente.
Há poucas horas – o acaso tem dessas surpresas – ao folhear um esquecido exemplar da primeira edição portuguesa, encontrei a carta em que Joaquim Novais Teixeira, meu amigo, tio adoptivo, patrono e mentor, acusa a recepção do manuscrito que lhe tinha enviado e dava pertinentes conselhos.
Anterior ao veneno pátrio, esta carta foi a generosa armadura que me protegeu das críticas maldosas e infundadas que vieram com a publicação Deixo-a aqui, grato pela memória do homem que tanto me ensinou e a quem devo muito do que sei e do que sou.


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