quarta-feira, abril 15

Dez da manhã

São dez da manhã, há um pouco mais de três horas que estou diante do computador. Tinha quatro e-mails, “folheei” jornais daqui e dali, agências de notícias, visitei os meus blogues favoritos, de repente dou-me conta que se continuo a olhar para o ecrã a actividade do cérebro insensivelmente parece ir-se envolvendo numa espécie de nevoeiro cinzento, nada tem princípio e fim, são retalhos, pontas soltas, desinteresse, nenhuma obrigação que me espicace ou faça mexer, o corpo preso à cadeira.
Visões fugidias de rostos, relâmpagos de memória, de encontros, ocasiões perdidas, remorsos, telefonemas que não fiz, desculpas que não aceitei porqque não compreendi. Tudo confuso, desordenado, febril, estranho como um prenúncio de delírio, a improvável e dolorosa mistura da apatia com o desencanto, as desilusões e o desassossego.