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Atentados, tragédias, bombardeamentos, revoluções. Não é connosco e é longe, pode chocar, mas logo se muda de canal ou vira a página, retoma-se a conversa, porque os desastres alheios e longínquos não aliviam as nossas dores, não acodem às urgências, não resolvem os compromissos, não pagam as facturas.
Pode ser real e sincera a compaixão, mas vale o que vale,
mesmo quando acende velas, depõe coroas de flores e pinta slogans no rosto.
O atentado de ontem, a revolução de hoje, as bombas de
amanhã, não nos tocam, oferecem o pretexto de, sem custo nem dor, exibirmos a
nossa solidariedade.