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Da Introdução de Antônio Cândido para a edição de 1965 de Caetés, o romance de Graciliano Ramos:
"A atmosfera geral do livro, se liga também à lição
pós-naturalista, onde encontramos a celebração dos aspectos mais banais e
intencionalmente anti-heróicos do quotidiano, correndo parelha com certo pudor
de engatilhar aqueles dramas convulsos em que tanto se comprouveram os fogosos
naturalistas da primeira geração. Imaginando torcer o pescoço ao que lhes
parecia postiço e convencional, deixaram-se ir à convenção de que a arte deve
reproduzir o que há na vida de mais corriqueiro; chegaram assim a um postiço avesso
do que pretendiam liquidar, pressupondo na vida um máximo de pasmaceira que ela
não contém e, nos personagens, uma estagnação espiritual incompatível com a
dinâmica inerente à mais rasteira das existências."