segunda-feira, julho 8

Nada a fazer

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Disseram-me que desse aqui uma vista de olhos. Anarquismo Cristão? Paz e Gente Livre? É coisa séria? Fui dar uma vista de olhos
Nada a fazer, é sina minha, mas mesmo tarde e más horas - quarenta anos - dá algum conforto,  alguma amargura também.
A rapaziada que me insultou, que de traidor a vendido ao Fascimo me chamou de tudo, Judas, lacaio, traidor, me virava a cara porque eu "deixara de ser da Esquerda", agora que estudaram alguma coisa e aprenderam com a vida, chegados aos sessenta começam "a ver a luz".
Para eles próprios é tarde, mas talvez ensinem aos filhos a verdade de que nem tudo o que reluz é ouro, e nem sempre os ideais têm a pureza que se lhes atribui.
Que eu saiba em Portugal não será tão cedo, mas o meu Portugal, a Flor e a Foice vai ter na Holanda (também quarenta anos depois) uma segunda edição. Entretanto, a rapaziada que envelheceu e aprendeu, cita-o e trata-o agora com reverências de catecismo. Nosso Senhor os favoreça.
 
"Rentes de Carvalho disse-o então: a onda de nacionalizações no pós-25 de Abril de 1974 poderia, sobretudo, ser interpretada como uma maneira de modernizar o Capitalismo em Portugal, não como um passo para o Socialismo.
Mostrou ser verdade, mas nós, jovens, achávamos que (semelhante conclusão) cheirava a manipulação de serviços secretos."