Com uma expressão de genuíno pasmo, e não era para menos,
em meados dos anos 80 contava-me um diplomata holandês, que geria o auxílio a
Moçambique, o que tinha testemunhado durante a visita a um ministério em Maputo.
Numa sala de enormes dimensões alinhavam-se dezenas e
dezenas de faxes, todos eles matraqueando num ruído de ensurdecer. Por entre as
filas de aparelhos moviam-se uns quantos funcionários, não se compreendendo o
que os levava a parar aqui e ali, pois em nenhum dos faxes havia rolo de papel
para a impressão das mensagens.
Recordei isto ao ler o caso que Henrique Raposo
cita do Jornal de Negócios, e o
sentimento que me toma não é de pena ou raiva, só desespero e vergonha. Nenhum
país merece gente desta.