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De futebol não entendo, mas de vez em quando vejo, como nas
semanas atrás, ontem também. Não sofro com más jogadas, ou os disparos
à trave, não grito se há vitória, aborreço-me se os jogadores saltitam de um
lado para o outro como crianças no recreio.
Por essas razões e outras o jogo interessa-me menos que
as carantonhas dos treinadores, o ar soturno dos sujeitos que se sentam junto
deles na bancada, sempre com um caderninho na mão.
Gosto também daqueles rapazes que durante as interrupções
beijam e abraçam os jogadores. Gosto dos massagistas. Num jogo da semana
passada estava Balotelli em pé, a conversar com alguém, parecendo não se dar
conta que dois - dois! um a cada perna! - lhe massajavam os músculos.
Gosto da cara dos árbitros quando agitam uma yellow card, e de quanto Ronaldo se põe
a bufar antes de um penalty.
Aqueles stewards,
de costas para o jogo, serão mesmo de carne e osso? Gosto de vê-los ali,
impávidos, lembrando os soldados gregos de saia branca e espingarda de brinquedo. Aprecio muito quando
os jogadores rebolam uns sobre os outros, com cara de grande aflição e dor, mas
logo desatam a correr
É que não me sobra o tempo, senão todos os dias via
futebol. Bom teatro, grande comédia, próspera indústria.
PS. Não me canso de admirar a variedade das tatuagens e o elaborado das cabeleiras.
PS. Não me canso de admirar a variedade das tatuagens e o elaborado das cabeleiras.