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Só quero mal a dois ou três sujeitos, talvez quatro, mas mesmo a esses desejo boa saúde. Não rezarei para que quebrem as pernas, mas se lhes puder pagar em dobrado a tratantice não perdem pela demora. Isto a modo de aviso de que sou homem de paz, comigo nada de revoluções nem violências, o que não impede que, sonhando acordado, me imagine a conceber estratégias para solucionar as desgraças do país.
Foi assim que me perguntei quantos serão os senhores que verdadeiramente detêm o poder em Portugal. Quinhentos? Mil? Mais do que isso parece-me excessivo, e creio que talvez nem a mil cheguem. Se numa tarde de Verão se agrupassem no Terreiro do Paço, junto da estátua, com os turistas que ali andam nem se daria por eles. Compare-se agora esse punhado de gente poderosa com os quase onze milhões que somos, e a conclusão impõe-se: não se trata de desequilíbrio, mas de um absurdo, que não é saudável para eles, nem proveitoso para nós.
Não sei por que vias travessas me ocorreu a batalha de Aljubarrota, onde trinta mil deitaram a fugir diante de sete mil, mas a comparação é trôpega, pois nem nós temos mentalidade de castelhanos, nem os senhores do poder possuem o génio do Condestável. Por conseguinte, a solução terá de vir por outros meios, mas é bom que não demore, e eles se dêem conta de que, se assim não for, só perde quem tem. Nós, os onze milhões, pouco temos para perder.
Foi assim que me perguntei quantos serão os senhores que verdadeiramente detêm o poder em Portugal. Quinhentos? Mil? Mais do que isso parece-me excessivo, e creio que talvez nem a mil cheguem. Se numa tarde de Verão se agrupassem no Terreiro do Paço, junto da estátua, com os turistas que ali andam nem se daria por eles. Compare-se agora esse punhado de gente poderosa com os quase onze milhões que somos, e a conclusão impõe-se: não se trata de desequilíbrio, mas de um absurdo, que não é saudável para eles, nem proveitoso para nós.
Não sei por que vias travessas me ocorreu a batalha de Aljubarrota, onde trinta mil deitaram a fugir diante de sete mil, mas a comparação é trôpega, pois nem nós temos mentalidade de castelhanos, nem os senhores do poder possuem o génio do Condestável. Por conseguinte, a solução terá de vir por outros meios, mas é bom que não demore, e eles se dêem conta de que, se assim não for, só perde quem tem. Nós, os onze milhões, pouco temos para perder.