sexta-feira, outubro 21

Unhas

Em terras de eficiência e outros modos, o diferendo que tenho com um serviço e dura há quase um ano, não seria diferendo. Nesta nossa, porém, de brandos costumes e sem pressas, a coisa inexplicavelmente se arrasta.
Ora é um documento que falta, outro a que falta o carimbo, o fraseado que tem de ser diferente, a assinatura mal reconhecida, a certidão que caducou, os dados certos que misteriosamente deixaram de corresponder.
Pedi conselho e o amigo ouviu-me paciente, mas em vez da explicação demorada para que me tinha preparado, a resposta foi breve:
- Untas as unhas a…
Má hora e fraco conselho, pois se assim tiver de ser o caso vai-se arrastar ad infinitum ou desisto. Pela simples razão de que não faço ideia de como se untam as unhas de alguém.
Pergunta-se de caras quanto vai custar? Mete-se dinheiro num envelope? Haverá tarifas? Regateia-se? Onde encontro a desfaçatez de propor a outro o que eu próprio consideraria um rebaixamento sem nome?