Já não se distinguem as que em Março vieram dos confins da África, das que aqui nasceram e cresceram. Refazem as forças? Esperam ordens? Será que se atrasaram as que vêm da Escandinávia?
São espectáculo matinal e razão de melancolia. Nada garante o seu retorno. As que fizeram ninho entre as telhas e vimos crescer, talvez morram na viagem ou, para o ano, escolham outros beirais, voem noutras direcções.
Instáveis, volúveis, agitadas, fugidias, as andorinhas são uma aceitável metáfora para os amores da adolescência e as incertezas da velhice.