É a segunda grande mola. Em primeiro lugar, imbatível, imutável desde o tempo de Moisés, mantém-se o dinheirinho, e assim será até ao próximo Dilúvio. Mas o sexo é um respeitável competidor. Em livros e livralhada, cinema, televisão, em vielas escuras, nos melancólicos cafés de aldeia, congressos, festas de ano, muito se fala de sexo. Em família, à mesa ou no quarto de casal, será tema melindroso, mas na blogosfera quase me arrisco a afirmar que três quartos do conteúdo têm a ver com ele.
Sintoma aflitivo de imaturidade, impotência, frustrações? Serei o último a aventar parecer. Certo é que em mim, adepto antigo da discrição e do sigilo, essa pletora de cenas, testemunhos, narrativas e detalhes, tem contribuído para a perda do que me restava de inocência.
Pior: leio sobre um homem público, vejo na TV uma figura de destaque, um intelectual a discursar, um actor a fazer pantomimas, involuntariamente me afligem miragens dos seus vícios, do que aprendeu no Kamasutra, da esquisitice das suas cópulas.
Pudesse eu, voltávamos ao tempo do beijo casto.