O riso não é especialidade minha. Nunca foi e só esporadicamente me acontece rir. Certamente aprecio uma boa anedota, um dito perspicaz, aquelas frases com que gente de talento, dotada de um bom sentido de humor, revela o cómico de uma situação. Mas gargalhada não é comigo. E certo modos de gargalhar põem-me do avesso, sobretudo aqueles em que a pessoa, aos urros, escancara a boca e atira a cabeça para trás, como se fosse asfixiar.
É essa também uma das razões que limita o meu uso da têvê. Ri-se nela em demasia, como se a gargalhada fosse um vício, uma tara, ou pior: uma imposição.