sábado, janeiro 29

Mudanças e melhorias

Anos atrás, num programa da televisão holandesa, Maurice de Hond, especialista das previsões eleitorais, anunciava a sua intenção de se abster de votar, e a necessidade que há de, para manifestarem a sua vontade, os cidadãos venham a possuir instrumentos mais eficientes do que o voto.

Emocionado, argumentava a impotência e a irritação que sente ao votar num partido da sua escolha, e dar-se conta que, chegado ao poder, esse partido alegremente esquece as solenes promessas do programa eleitoral, tomando por vezes decisões bem diferentes ou mesmo opostas. É, afirmava ele, uma forma de trafulhice a que se deve por cobro, talvez por intermédio de referendos, avaliando a prazos regulares em que medida um governo eleito cumpre o prometido.

Nos países onde é elevada a consciência política, a sociedade não descarta a priori as possibilidades de mudança e mostra-se geralmente favorável à análise do que possa conduzir a melhorias.

Mas melhorias e mudanças não estão no programa dos malfadados países onde as leis são para violar, as dívidas para esquecer, o bolo é duns quantos, o resto vive de mão estendida, temendo o amanhã.