É desoladora, sem conserto nem cura, a obstinação nacional da crítica
injuriosa e do maldizer, palavreado pelo gosto do palavreado, botar figura seja
de que modo for, querer provar que se sabe da poda, que se tem voz na matéria,
se é incontornável presença, se nasceu tribuno e detentor exclusivo do único
bom caminho.
Cafés raro frequento, cortei na leitura de jornais, e agora ponho também de
parte os blogues onde, com as fortes certezas da vaidade, me explicam os males
nacionais da economia e da política, os erros de quem manda ou de quem mandou.
Não há volta a dar-lhe e com tristeza o repito: continuamos irremediavelmente
os Alpedrinhas "das nossas terras palreiras da vanglória e do vinho".
E para quê, senhoras e senhores? O palavreado não convence, a ninguém engana ou
interessa, se alguma coisa prova é o mau fado de querer poder, mas empurrando
para outros a responsabilidade e o esforço.