No passado dia 7 os nossos
vizinhos voltaram de uma quinzena de esqui no Tirol e feitas as perguntas do
costume, dados os abraços, devolvemos o gato e as plantas que tinham ficado
connosco e fomos os quatro jantar num ambiente de amizade e harmonia.
Os dias passaram na rotina
costumeira, vendo e ouvindo os perigos que vão pelo mundo, mas felizmente
longe da nossa porta e do nosso bairro, até que ontem à tarde um telefonema
tudo mudou: o vizinho anunciava estarem ambos infectados com o coronavírus, as
autoridades e o pessoal médico iam chegar, não mexêssemos nem saíssemos de
casa.
A equipa que veio fez
eficientemente o que tinha a fazer, desinfectou, informou, avisou, aconselhou.
Como o seu estado não é urgente, os vizinhos por enquanto ficam em casa. Nós
também, e por feliz acaso temos no frigorífico e na despensa comida para quinze
dias. Agora é esperar para vermos que sorte nos toca, pois desde o dia 7 o
vírus andou à solta dentro e fora de casa, não têm conta as vezes que nós e os
vizinhos tocámos nos mesmo fechos e nos mesmos corrimões, abrimos a porta da
rua ou a da garagem. Medo não temos, nem preocupação por aí além, será o
que tiver de ser.