Puta de vida, a que tantos levam e mereciam melhor. Sempre à
espera, sempre à espera da cunha, do jeito, de ver se o Fonseca cumpre o que
prometeu, se o Aníbal traz a encomenda, se o banco espera mais uns dias até que
as coisas se arranjem, ou se desta vez a Raspadinha… Nem seria preciso um
prémio grande, cinco mil já dava.
E a espera continua, a cunha não será metida nem o jeito dado,
o Fonseca vai esquecer como sempre, e o Aníbal, também como sempre, dirá que não
conseguiu, mas amanhã não falha, certeza certezinha a encomenda vem. E talvez o
banco espere.