quarta-feira, março 5

Cegos, surdos, e contentes


(Clique)
Há cegos que não gostam de ver, surdos que preferem não ouvir, e muitos que acreditam em histórias da carochinha.
Mais uns dias e Portugal, a Flor e a Foice chega às livrarias. Para já, e por certo beneficiente para os que gostam de abrir os olhos e querem rever o valor das promessas e a validade das certezas, anotem-se as palavras do Prof. David Birmingham, da Universidade de Canterbury, pronunciadas em 2002, em Bordéus:

"Sobre as consequências a longo prazo do golpe de estado de 25 de Abril de 1974, as ideias recebidas e aceites são que Portugal estava a ser oprimido de forma única pela sua longa noite de ditadura e foi libertado de forma única pela sua jovem geração de capitães idealistas do exército. A questão é: até que ponto é que a mudança foi radical, que duração tiveram os seus efeitos, a continuidade foi a marca da história portuguesa do pós-guerra, ou com a queda de Caetano ocorreram mudanças estruturais e institucionais fundamentais? As mulheres ganharam um novo estatuto social a seguir a 1974 ? Os capitães do exército substituíram realmente os capitães da indústria que decidiram, muito antes de 1974, levar Portugal para a Europa como os mestres do novo Portugal ?"