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Há cegos que não gostam de ver, surdos que preferem não
ouvir, e muitos que acreditam em histórias da carochinha.
Mais uns dias e Portugal, a
Flor e a Foice chega às livrarias. Para já, e por certo beneficiente para os que gostam de abrir os olhos e querem rever o valor das promessas e a validade das certezas, anotem-se as palavras do Prof. David Birmingham, da Universidade de Canterbury, pronunciadas em 2002, em Bordéus:
"Sobre
as consequências a longo prazo do golpe de estado de 25 de Abril de 1974, as
ideias recebidas e aceites são que Portugal estava a ser oprimido de forma
única pela sua longa noite de ditadura e foi libertado de forma única pela sua
jovem geração de capitães idealistas do exército. A questão é: até que ponto é
que a mudança foi radical, que duração tiveram os seus efeitos, a continuidade
foi a marca da história portuguesa do pós-guerra, ou com a queda de Caetano
ocorreram mudanças estruturais e institucionais fundamentais? As mulheres
ganharam um novo estatuto social a seguir a 1974 ? Os capitães do exército
substituíram realmente os capitães da indústria que decidiram, muito antes de
1974, levar Portugal para a Europa como os mestres do novo Portugal ?"