(Clique para aumentar)
Há pobre e pobre. Sabe-o quem o foi e já não é, quem
sempre o será, adivinha-o aquele que não tardará a sê-lo.
Há ricos pobres, mas poucos nas circunstâncias do grande
Isaac Babel (1894-1940), meu herói quando, na adolescência, li Cavalaria Vermelha e Contos de Odessa.
Casado há pouco, voltando da guerra debilitado, sujeito a
fortes ataques de asma, o sogro, rico
comerciante judeu, arranjou-lhe uma casa na Geórgia, nas montanhas próximas de
Batumi.
Chegado com a mulher a esse longe, e crendo-se abastado,
Isaac Babel descobriu-se pedinte: o sogro tinha-lhe dado uma nota de mil rublos,
e em todo o distrito não havia uma única alma com dinheiro suficiente para fazer
o troco.