sábado, junho 30

Ser pobre

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Há pobre e pobre. Sabe-o quem o foi e já não é, quem sempre o será, adivinha-o aquele que não tardará a sê-lo.
Há ricos pobres, mas poucos nas circunstâncias do grande Isaac Babel (1894-1940), meu herói quando, na adolescência, li Cavalaria Vermelha e Contos de Odessa.
Casado há pouco, voltando da guerra debilitado, sujeito a fortes ataques de asma, o  sogro, rico comerciante judeu, arranjou-lhe uma casa na Geórgia, nas montanhas próximas de Batumi.
Chegado com a mulher a esse longe, e crendo-se abastado, Isaac Babel descobriu-se pedinte: o sogro tinha-lhe dado uma nota de mil rublos, e em todo o distrito não havia uma única alma com dinheiro suficiente para fazer o troco.