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Atrocidades da guerra. Chacinas. Depurações étnicas. Atentados suicidas... Quase na vizinhança – Paris e Bruxelas três horas de voo, Istanbul quatro, a Síria pouco mais - e contudo tão longe do nosso interesse. Os horrores do genocídio e da fome são-nos servidos na televisão entre desastres na estrada – "um morto, dois feridos graves" - as cotações da bolsa, um novo Iphone. Para os próximos dias as previsões meteorológicas são de tempo soalheiro e temperaturas a rondar os vinte graus.
Jantamos, discutimos, fazemos planos de férias, dormimos o sono dos
bem-aventurados.
Solidariedade? Claro que sim, sentimos. E até pena, durante os minutos que passam no ecrã os corpos esqueléticos, os rostos dos mortos, dos refugiados, dos que em terramotos perderam lar e família.
Solidariedade? Claro que sim, sentimos. E até pena, durante os minutos que passam no ecrã os corpos esqueléticos, os rostos dos mortos, dos refugiados, dos que em terramotos perderam lar e família.
Abanamos a cabeça, descrentes, dizemos que é terrível, que
não se compreende que no mundo em que vivemos possam acontecer semelhantes
tragédias.
Infelizmente, e para mal de nós todos, o mundo em que vivemos pouco mais longe alcança que a nossa porta. Na melhor das hipóteses a nossa rua.
Infelizmente, e para mal de nós todos, o mundo em que vivemos pouco mais longe alcança que a nossa porta. Na melhor das hipóteses a nossa rua.