quarta-feira, maio 15

Roam-se

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A cabeça não basta. Nem as leituras. Menos ainda aqueles anos gastos a estudar ciência da literatura e os meses perdidos em "oficinas" de escrita criativa. Tarimba em vida airada ajuda um bocadinho, mas é preciso mais. Conhecer o que faz babar novos e velhos possuidores de um quociente intelectual que leva a crer em extraterrestres, paixões súbitas, amores eternos, uma vida inteira de cópulas orgásticas, permanentes férias. Depois jurar que a sua vida é assim, e um matrimónio exemplarmente "aberto" como o seu permite "tudo isto e o céu também", uma vida de eterna festa.
Ter 1965 como ano de nascença pode ser tropeço, mas que não obste: há sempre à mão um fotógrafo competente.
Roam-se de inveja, meninas candidatas a escritora: Heleen van Rooyen já vendeu para cima de milhão e meio de livros, vive em luxo algarvio e num corrupio de festas e sucessos.
Porém, de nada adianta invejá-la, sonhar: é indispensável ter descaro, e sobretudo as "curvas", pois a "literatura" há muito deixou de ser o que parecia, é um produto como o detergente e, como ele, tem marca, vende-se no supermercado. Infelizmente é produto que não lava, nem eleva.