sexta-feira, fevereiro 11

Analistas


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 É velho hábito, este que tenho de ler os analistas políticos das variadas cores que opinam sobre os males da nação e apontam os remédios necessários para a cura. Leio-os, e todos me transmitem o mesmo sentimento de melancolia que dão as conversas de café.
Estou certo de  que a sua prosa é ditada por genuínas raivas, e ressentem fundo (alguns) a urgência de cautério na podridão da política nacional. Mas sei também, e eles sabem-no melhor do que eu, como na  sociedade portuguesa são passageiras as fúrias, sem número as cumplicidades, que se vai adiando de geração para geração a necessária cirurgia.
Ficamo-nos pelas análises, pelo palavreado, é verdadeiro mistério que, ao contrário do que sucede na Natureza, na nossa sociedade tudo se perca e nada se transforme.
Vivemos numa espera sem esperança, entretidos a imaginar como seria se…, culpando a revolução que espalhou o maná por poucos, culpando a Europa que nos tirou da miséria mas quer de volta o empréstimo e ainda por cima juros. Somos o país de Nossa Senhora, do Euromilhões, dos amanhãs que não chegam.
Custa dizê-lo, e doam-se como a mim dói: aos olhos de muitos Portugal é um país que dá pena, um país coitadinho.