Caros compatriotas,
A nossa querida pátria, o país mendigo das "bazukas", dos Planos de Recuperação e Resiliência, e também das quadrilhas que, vai fazer meio século, o têm como quinta particular, está a dar passos largos para, caso único na história contemporânea, descer à categoria de colónia. Digo-o eu, escrevem-no aqui na Holanda os jornalistas que não são avençados a quem manda, dizem-mo e escrevem-mo muitos que se apiedam do país onde jovens, cinquenta anos passados viveram momentos de sincera euforia. Salazar morto, para os portugueses chegariam finalmente os anos de liberdade, igualdade, fraternidade, e prosperidade.
O triste e doloroso epílogo, é que os europeus ricos e remediados estão a "fugir" para Portugal, onde podem gozar aquela saudosa e boa vida do tempo que, contam os seus pais e avós, havia colónias onde mandavam, e "pretinhos" de sobra, que com dez escudos já se contentavam e faziam vénia.
Não tardarei a falecer, e a grande pena que levo é ver o meu país "colonizado", espezinhado, olhado com a piedade e o desdém do pedinte que estende a mão para a esmola.