sexta-feira, maio 19

Sujidade Socialista

 

“Mas esse é apenas um dos lados do poder socialista. Há outro, ligado a esse: é uma cultura política de cinismo, para a qual a luta pelo poder não admite regras nem deve ter limites. Estamos perante um grupo para quem a ocupação do Estado, e o controle de instituições e empresas, da banca à comunicação social, deve ser praticado sem quaisquer escrúpulos. Agem como se a política democrática fosse uma guerra civil, em que vale tudo. A lei? É para os outros. A verdade? O que importa são as “narrativas”. José Sócrates foi a referência desta atitude, mas os que governam desde 2015 são os que governaram com ele.

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Sim, a ultrapassagem do país pelas economias mais pobres da UE ou a imigração dos jovens diplomados são graves. Dão ideia da degradação da economia portuguesa e da baixa de expectativas sob o poder socialista. Mas o modo como os governantes parecem viver num mundo pós-institucional e pós-moral, em que a promiscuidade, o abuso de poder, a irregularidade, e a mentira são normais, não é menos grave. Com a subversão de regras e procedimentos, arruínam a confiança nas instituições, sem a qual não há democracia. Sim, não é exagero: este PS, com ou sem Sócrates, é uma ameaça à democracia. A maior de todas desde 1976.”

Rui Ramos, hoje no OBSERVADOR